JEFERSON FERNANDES

JEFERSON FERNANDES

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A METADE NORTE DO RS SINALIZA MELHORAS



A partir de 2005 quando fizemos parte do movimento que unificou a metade norte do Rio Grande do Sul em torno da luta pelo ensino público federal, percebemos o quanto há de semelhanças nos avanços e limites dos municípios que compõem esta extenso território gaúcho.

A principal característica da metade norte é a produção a partir da agricultura familiar. Os limites se dão no que diz respeito à agregação de renda para as famílias e na manutenção das novas gerações no meio rural. São poucas as indústrias para gerar emprego e distribuir a renda.

Segundo o economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Política Econômica Aplicada – IPEA, o ideal para pensar o futuro do Rio Grande do Sul é organizá-lo a partir de três grandes regiões: sul, norte e nordeste. Esta última englobando a serra gaúcha e a região metropolitana, apesar de representar apenas 10% do território, concentra 60% da população e o seu PIB ultrapassa 50% do total.

Temos de evitar o maniqueísmo entre a região desenvolvida e as outras duas, atrasadas economicamente. Mas, ao mesmo tempo, o desafio é o de encontrar alternativas que evitem concentração dum lado e exclusão e pobreza do outro. Há de se buscar a harmonia no progresso do Rio Grande.

O governo federal tem sido o principal ator no desenvolvimento da metade norte, apostando no conhecimento. Isso pode ser medido através da construção de 5 campus dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia – IFETS, 2 extensões da UFSM para Palmeira das Missões e Frederico Westfalen, 1 nova Universidade Federal com campus em Erechim e Cerro Largo – UFFS. Os pólos da Universidade Aberta do Brasil que se encontram em Três Passos, Três de Maio, Cerro Largo, Panambi e Cruz Alta também estão permitindo o acesso ao terceiro grau para milhares de pessoas dessa grande região. Sem contar outros milhares beneficiados com o PROUNI.

A agricultura de economia familiar passa a ter um mercado consumidor especial que é a aquisição de seus produtos para merenda escolar, por exemplo. A habitação tem recebido incrementos vultuosos através da política de financiamento da Caixa Econômica Federal. As rodovias federais estão sendo recuperadas. Também merece destaque especial, o hospital público que o Ministério da Saúde está projetando para a região de Palmeira das Missões. Na ligação internacional temos abertura do processo de estudo em torno da viabilidade duma ponte interligando Brasil e Argentina. Também crescem os projetos de geração de energias renováveis.

Portanto, há muitas oportunidades surgindo que precisam ser bem dimensionadas e aproveitadas. Nesse sentido, entendemos que o papel das lideranças é o de articular os diferentes setores em torno dos grandes projetos que realmente vão desenvolver a metade norte do RS. As instituições de ensino antigas e as novas tem de apontar o futuro com pesquisa e extensão. O otimismo deve nos entusiasmar e o conhecimento nos fazer planejar o agir.


Jeferson Oliveira Fernandes é advogado e assessor parlamentar.

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